sábado, 21 de abril de 2012

Desejo sexual na gravidez


Cansaço, náuseas, sonolência, mudança hormonal e fatores psicológicos como medos e inseguranças, podem fazer com que a mulher perca o desejo sexual durante a gestação.
Segundo a psicóloga Renata Figueiredo, no decorrer do primeiro trimestre de gestação há, frequentemente, uma diminuição da libido, que tende a melhorar após esse período de adaptação.
“Passado os sintomas desagradáveis do inicio da gestação há uma sensação de bem-estar geral e a realização como mulher através do desejo de ser mãe”, aponta a psicóloga.
Renata enfatiza que a libido da futura mãe é ainda mais intensa durante a gravidez, “devido à elevação na taxa de estrógeno neste período, bem como da melhor irrigação sanguínea dos órgãos genitais e dos seios”.
O desejo do homem também muda
Para o homem, as mudanças no desempenho sexual também são comuns. É possível que, no primeiro trimestre, ele sinta mais desejo do que nunca. “Para muitos homens, o fato de engravidar uma mulher representa a confirmação de sua própria masculinidade”, garante a psicóloga.
No entanto, há aqueles que tem dificuldades em encarar a nova mamãe como mulher, como sua parceira na cama. “O homem passa a confundir maternidade com santidade, excluindo a sexualidade da vida do casal”, aponta o psicólogo e psicanalista Rodrigo Penhalver.
A estética da companheira também pode influenciar na libido.  “A maioria tende a gostar das novas curvas da mulher, mas muitos também consideram os seios vazando nada excitantes,” afirma Renata.
Importância do sexo
A falta de sexo pode trazer prejuízo para o relacionamento afetivo dos futuros pais, frente às adversidades desse período.
“A relação sexual contribui para o bem-estar do casal, caso contrário podem surgir conflitos”, alerta o psicanalista. O homem pode interpretar essa falta de interesse como sinal de rejeição. Para isso, a comunicação e demonstração de carinho são essenciais.
“Muitos homens se sentem enciumados ou abandonados com a gravidez, e pode piorar se existir uma menor atividade sexual”, diz Rodrigo. Essa sensação de exclusão ainda pode permanecer com a chegada do filho, quando a mãe irá dispensar maior tempo e atenção ao bebê.
Como manter o desejo no período gestacional
Durante a gestação, principalmente nos últimos meses, algumas posições podem se tornar desconfortáveis. Portanto, existe a necessidade de reinventar o sexo entre o casal, transformando este momento em um verdadeiro ato de amor e intimidade.
“O que muita gente se esquece é que o desejo é algo que precisa ser constantemente reativado, independente de condições e da idade”, garante Renata.
Segundo a psicóloga, é preciso observar os toques e ritmos e prestar atenção ao que dá prazer para cada um.
A dica é experimentar outras posições e investir tempo e criatividade nas preliminares. Além disso, sedução, carinho, luz de velas, massagens, óleos aromáticos e a doçura de palavras de amor ao pé do ouvido também podem se tornar grandes aliados.

Benefícios da amamentação para a saúde da mulher


A grande importâcia da amamentação para a saúde do bebê é um assunto indiscutível na atualidade, devido a grande gama de estudos científicos na área que comprovam este fato. Entretanto, algo menos explorado são os benefícios da amamentação para as mães, que na atualidade vêm conquistando grande importâcia no incentivo desta prática neste grupo.
Aguns dos benefícios são:
• Retorna ao peso pré-gestacional mais precocemente, pois para amamentar o bebê é necessário uma quantia adicional de 500 a 640Kcal/dia.
• Redução do risco de depressão pós-parto.
• Menor sangramento uterino pós-parto, conseqüentemente menor risco de anemia.
• Involução uterina mais rápida, ou seja, orgão recupera seu tamanho original mais rapidamente.
• Maior proximidade entre mãe e filho.
• Evolução física pós-parto mais rápida.
• Menor incidência de doenças como câncer de mama, certos cânceres do epitélio ovariano.
• Maior espaço intergestacional (entre gestações).
• Economia, já que as fórmulas para bebês são de alto custo.

Apesar de todas estas vantagens, muitas mães abandonam a prática por desnhecimentos dos benefícios. A maior parte optam pelo desmame precoce por acreditarem erroneamente que seu leite seje fraco ou pouco; por falta de experiencia; inadequação entre as suas necessidades e as do bebê; interferências externas entre outros motivos.
Por isto existe a grande importância em conhecer-se os benefícios do aleitamento para a saúde da mãe, para poder ser mostrado à população que o aleitamento não é só uma fonte de nutrição e bem estar para o bebê, mas também um importante “remédio” natural para a saúde da mãe, onde o prazer de amamentar une-se com a satisfação de uma vida saudável sem riscos no pós-parto e no puerpério.

Memória turbinada


Estudar matemática todos os dias durante duas semanas garante a absorção do conteúdo? Geralmente, professores não indicam o estudo intensivo, acreditando que o melhor caminho para absorver conhecimento é a compreensão moderada ao longo do semestre. Agora, um estudo coordenado pelo neurocientista suiço Eric Kandel, da Universidade Colúmbia, não demonstra apenas essa percepção pedagógica, como também indica que a melhor maneira de aprender pode não ser em blocos de tempo regulares, mas em intervalos de treinos. 

Para chegar a esta conclusão, ele monitorou lesmas do mar Aplysia californica durante a fuga de predadores, registrando as respostas comportamentais e averiguando o melhor desempenho. Kandel descobriu que a criação de estratégias pode oferecer à memória a estrutura molecular como da maitotoxin (toxina extremamente potente) ou de um ideograma chinês. O estudo foi publicado no periódico on-line Nature Neuroscience. O pesquisador, que partilhou o Prêmio Nobel em 2000 por sua pesquisa sobre os processos bioquímicos subjacentes da memória, garante que não pretende estimular o lançamento de uma nova geração de jogos de treinamento cerebral, mas desenvolver formas mais eficientes de aprendizagem.

Em outro estudo, o neurobiólogo John H. Byrne, ex-aluno de Kandel, coordenador do departamento de neurobiologia e anatomia da Escola de Medicina da Universidade do Texas em Houston, traz novas contribuições ao método original desenvolvido no laboratório de Kandel. Trata-se de uma técnica que consiste em infligir eletrochoques na cauda das lesmas em intervalos regulares para observar quais animais reagem exageradamente a partir da segunda aplicação, o que indica que se recordaram da primeira estimulação elétrica.

Byrne e sua equipe se concentraram em determinar se as reações químicas desse processo poderiam ser ajustadas de forma a melhorar a aprendizagem. Os pesquisadores aplicaram cinco pulsos de neurotransmissores de serotonina aos sensores neurais motores das lesmas, a cada 20 minutos. Esse procedimento levou duas enzimas neuronais a ativar proteínas chamadas fatores de transcrição, que impulsionam os genes, iniciando a produção de novas proteínas que favorecem o disparo de neurônios.

Ao usar um protocolo de sincronização padrão, os pesquisadores verificaram que elas não atingem o pico de ativação dentro de uma célula nervosa ao mesmo tempo – um indício de que a maneira usual de realizar tarefas em intervalos regulares pode não ser o melhor caminho. 

Depois, a equipe de Byrne implantou em um computador 10 mil modelos de variação de intervalos entre os pulsos para tentar coordenar a ativação de enzimas e maximizar sua interação. O padrão temporal comum não foi o constatado, mas uma série irregular de dois pulsos de serotonina emitidos a cada 10 minutos, depois em 5 e por fim em meia hora. Neste padrão, a interação entre as duas enzimas aumentou em 50 %. 

“O padrão de tempo encontrado pode ser devido à adaptação das lesmas para escapar de predadores ou evitar uma descarga elétrica. Estudar cálculo, por exemplo, pode ser um pouco diferente”, diz Byrne. Entretanto, há evidências de que o processo de aprendizagem opera de forma mais eficiente em modelos temporais alternados. Os cientistas esperam que os mesmos resultados possam ser aplicados em seres humanos em situações que exijam esforço intelectual.


Homossexualidade na rede


Historicamente, em geral, homens e mulheres mantiveram seus anseios homoeróticos em segredo, o que lhes dava a sensação de serem únicos e viverem o fardo de um desejo secreto sem ter com quem compartilhar temores e sofrimentos. Alijadas do espaço público, sexualidades marginalizadas foram se restringindo a locais de encontros e espaços reduzidos das grandes cidades, restando pouca ou nenhuma opção para a maioria dos homo-orientados que viviam – e ainda vivem – em cidades médias, pequenas, na zona rural ou mesmo na periferia das metrópoles. A despeito das polêmicas e imprecisões, esses territórios foram chamados, inicialmente, de guetos.

Segundo os antropólogos Júlio Assis Simões e Isadora Lins França, nos anos 90, no Brasil, o gueto – ou “meio” – começou a dar lugar a um circuito comercial complexo e geograficamente amplo. A partir de 1997, a internet comercial iniciou o processo de expansão no Brasil, transferindo, ampliando e até mesmo recriando o espaço para a socialização de sexualidades dissidentes. A rede ampliou códigos do universo lésbico e gay metropolitano (sobretudo de São Paulo e do Rio de Janeiro) para o resto do país e o inseriu no circuito internacional. 

Hoje, a internet parece ter tomado o lugar dos antigos guetos urbanos e se tornado passagem quase obrigatória para homossexuais no processo de autodescoberta, em seus contatos sexuais ou amorosos e na criação de redes de apoio. Afirmações como “sou fora do meio” ou “procuro alguém fora do meio (como eu)” são recorrentes nos anúncios sexuais, na apresentação em bate-papos on-line ou mesmo nos perfis de redes de relacionamento e reafirmam a perspectiva de que os pontos de encontro de culturas sexuais não hegemônicas seriam marginais, perigosos e, sobretudo, denunciariam uma identidade “socialmente perseguida”. Um olhar mais atento sobre essas autoapresentações revela também que a rede é tida como forma de socialização “limpa”, capaz de manter a crença de que a vida social é (ou deveria permanecer) heterossexual.

A necessidade de encontrar alguém para falar de seu desejo – seja para criar uma relação amorosa ou fazer amigos, seja simplesmente para compartilhar dores – converte a internet no mais novo meio de controle da sexualidade.  Ao colocar o sexo em palavras, a rede se distancia das “regras” que marcavam o antigo “meio”, ou seja, o silêncio sobre o que se fazia. Mas que não se imagine tratarse de um avanço, pois a web, ao trazer o sexo ao discurso, faz também com que os internautas ampliem o papel da sexualidade em sua vida e na própria forma como se compreendem. 

No primeiro volume de sua História da sexualidade, o filósofo e historiador francês Michel Foucault (1926-1984) explorou em detalhes o fenômeno histórico que trouxe a sexualidade para o discurso desde a técnica cristã da confissão até a psicanálise. Segundo ele, o dispositivo histórico da sexualidade se caracteriza pela inserção do sexo em formas de regulação baseadas em uma rede de discursos. No presente, não seria exagero afirmar que a internet é um dos meios sociais de controle sexual.

Entrar na web para falar do próprio desejo constitui um exercício subjetivo que pode reforçar a impressão de que tudo não passa de “sexualidade”, pensamento reconfortante para homens que são incentivados desde a infância a separar amor de sexo. O reconforto dessa divisão estaria na aceitação de sua vida amorosa se fosse construída como heterossexual (e quiçá reprodutiva) no espaço público da vida familiar e do trabalho e como homo-orientada apenas em segredo, desvinculada da afetividade ou do compromisso duradouro.