quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Produtos químicos naturais afastam mosquitos

Grande quantidade de animais se comunica por meio de “cheiros”. De um modo geral, os feromônios são um tipo de informação química usados por uma determinada espécie para influenciar comportamentos sociais e ou atrair parceiros. Já os cairomônios enviam sinais entre espécies diferentes e muitas vezes servem para detectar predadores e presas. Os cientistas já identificaram dois cairomônios produzidos por um predador do mosquito comum, que efetivamente os repele. Os resultados podem ser a chave para o desenvolvimento de novos repelentes.

Quando as fêmeas dos mosquitos estão prontas para reprodução, procuram água adequada em que possam depositar seus ovos. Estudos anteriores demonstraram que os mosquitos detectam quimicamente a presença de seu predador na água, conhecido como Notonecta maculata,e evitam colocar seus ovos nesse local. A identidade dos sinais químicos liberados pelo N. maculata não foi determinada. 

Leon Blaustein, professor de ecologia da Universidade de Haifa, em Israel, e seus colegas coletaram amostras do ar acima de um ambiente de N. maculata e identificaram algumas substâncias químicas voláteis presentes. A equipe testou a capacidade de dois dos produtos químicos identificados, isoladamente ou em combinação, para evitar os mosquitos a postura de ovos em piscinas, vasos e caixas d´água. Os pesquisadores descobriram que os reservatórios contendo as substâncias químicas emitidas pelos N. maculata foram os mais efetivos, reduzindo o número de ovos do mosquito pela metade em comparação com os reservatórios controle, que continham apenas água. Os resultados foram publicados on-line emEcology Letters. 

Os autores reconhecem que, enquanto os cairomônios reduzem imediatamente o risco da predação dos mosquitos por N. maculata, aumentam a possibilidade de que as fêmeas morram por outras causas na busca de água nova para colocar seus ovos. "Nós pensamos que esses produtos químicos poderiam ser uma parte útil de uma estratégia para controlar o tamanho da população de mosquitos", diz o professor da University of Rockefeller e o co-autor Joel Cohen. "Esses novos compostos identificados, e outros que continuam a ser descobertos, podem ser eficaz no controle das populações de insetos transmissores de doenças. É muito cedo para dizer, mas há a possibilidade de um avanço na luta contra infecções da doença."

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