quinta-feira, 18 de março de 2010

Falta de desejo nas mulheres tem solução (Part2)

A depressão, vale ressaltar, está por trás de 40% dos casos de libido abaixo de zero, segundo uma pesquisa do Hospital das Clínicas de São Paulo. As oscilações do estrogênio durante o ciclo menstrual têm participação nessa gangorra do humor. E algumas integrantes da ala feminina são mais sensíveis à queda de suas taxas após a ovulação. Esse fenômeno derruba a concentração de serotonina. Aí, bate aquela tristeza e a atração pelo parceiro torna-se uma lembrança do passado. A fase crítica vem à tona na menopausa, quando os ovários encerram de vez a fabricação de estrogênio. Então, a depressão geralmente dá as caras e arrasa com a libido.
O chato é que a maioria das drogas contra esse problema da alma atua no sistema límbico, região do cérebro onde moram as emoções, afetando a vida sexual da paciente. A boa notícia é a desvenlafaxina, um antidepressivo recém-lançado no Brasil pelo laboratório Wyeth. Ao contrário de muitos remédios da mesma classe, ele trata a depressão sem afetar o desejo. Isso porque regula os neurotransmissores serotonina e noradrenalina de forma mais natural, sem interferir no impulso de ter relações.
Outra consequência da queda vertiginosa do estrogênio é o ressecamento vaginal. Além de provocar dores na hora da penetração, a falta de lubrificação — até por causa disso — congela o ânimo em relação ao sexo. O estrogênio também é importante para a produção de óxido nítrico, que dilata os vasos, melhorando a irrigação sanguínea nos órgãos genitais e proporcionando prazer. Ainda bem que, para esses casos, já existem géis à base do tal óxido, capazes de incrementar a excitação e, ainda por cima, preservar a umidade natural da vagina. Sem contar adesivos de testosterona, que devem ser usados somente com prescrição médica.
Por fim, os dilemas psicológicos muitas vezes interferem à beça na disposição para a transa. Diante de estresse, ansiedade e baixa autoestima, o desejo sai de cena. Aqui, a psicoterapia comportamental pode ser a saída. Ela incentiva a pessoa a conhecer o próprio corpo e a refletir sobre seus conflitos e inseguranças. Ninguém está condenado a uma vida sexual morna. Se o fogo apagou, o primeiro passo é procurar um ginecologista para checar se está tudo ok com a saúde física. Talvez seja o caso de mudar o contraceptivo. Uma coisa é certa: os recursos disponíveis hoje reaquecem o clima debaixo do edredom.

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